Institucional

Frederico Simões Barbosa

Frederico Simões Barbosa é um importante personagem na construção da história da saúde pública e da epidemiologia no Brasil, iniciou atividades de pesquisa na década de 1940, sendo um dos primeiros a conduzir estudos epidemiológicos de longa duração. 

Graduado em Medicina e em História Natural, no Recife, Simões Barbosa especializou-se em Parasitologia e em Micologia na Universidade de São Paulo, em 1939. Em seguida, cursou mestrado em Saúde Pública na Universidade Johns Hopkins e Limnologia e Entomologia na University of Michigan e Smithsonian Institution (EUA), onde também estagiou. Ocupou vários cargos acadêmicos em diferentes universidades e publicou cerca de 220 artigos, além de três livros. Teve duas espécies de insetos e uma de parasita trematódeo batizadas em sua homenagem.

Nomeado em 1950 o primeiro Diretor do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (então subordinado à Divisão da Organização Sanitária do Ministério da Saúde, posteriormente incorporado ao Instituto Nacional de Endemias Rurais e, finalmente, à Fundação Oswaldo Cruz), foi responsável pela estruturação das primeiras atividades científicas no IAM, aí permanecendo, como diretor e pesquisador, nos períodos de 1950 a 1962 e de 1964 a 1968.

A partir de 1950, dedicou-se, particularmente, ao estudo da esquistossomose, endemia de grande significação para a saúde da região, realizando estudos sobre aspectos básicos da taxonomia, da biologia e da ecologia do parasita e de seus moluscos transmissores. Em trabalhos pioneiros, reconhecidos no Brasil e no exterior, aos quais se seguiram investigações sobre a epidemiologia e métodos de controle da parasitose, uma nova espécie de Trematoda (Echinostoma barbosai) foi criada em sua homenagem. Frederico Simões Barbosa foi um inovador, pois numa época em que a maior parte dos estudos era realizada com pacientes em clínicas e hospitais, desenvolveu pesquisas junto à comunidade.

Em 1960, assumiu o cargo de perito em Doenças Parasitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em Organismos Aquáticos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Também na OMS, em 1970, exerceu a função de Medical Officer, coordenando o programa de esquistossomose da OMS, na sede da organização em Genebra. Nessa atividade realizou muitas pesquisas, assessorias e avaliações de programas de pesquisas por todo o mundo, sobretudo na África.

Simões Barbosa também fundou e foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (1977 - 1978). Em 1981 foi contratado como assessor da antiga Coordenadoria de Ciências da Saúde da Secretaria de Educação Superior do então Ministério da Educação e Cultura, além de coordenar em Brasília a elaboração do Programa de Interação Docente-Assistencial do MEC. Ocupou ainda, o cargo de diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Nacional de Brasília (1975/1976) e da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (1985 - 1989).

Frederico Adolfo Simões Barbosa faleceu em 8 de março de 2004 deixando a lembrança de alguém que muito contribuiu para projetar o Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz/PE), porém, ainda mais, a projeção dos estudos da Saúde Pública e da Epidemiologia no Brasil.

 

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