Saul Tavares de Melo nasceu em um engenho na Zona da Mata, norte do Estado de Pernambuco, no Município de Macaparana. Saul cursou o ensino médio no Colégio Oswaldo Cruz, sua infância, ainda que muito alegre, passou por diversos problemas, vindo de uma zona de alta pobreza, Saul, familiares e amigos viveram em momento de miséria e consequentemente de muitas doenças, toda a sua família e amigos que conviviam próximos em algum momento da vida tiveram esquistossomose que era transmitida pelo caramujo do rio próximo ao engenho que sua família morava, assim Saul viu muitos de seus amigos e pessoas próximas desenvolverem a “Barriga D'água” por falta de tratamento e isso o fez estudar para Medicina, seu desejo era aprender para ser útil a população pobre onde ele tinha amigos.
Sua sede pelo conhecimento o levou a grandes lugares, ainda nos primeiros períodos da graduação prestou e passou no concurso para o Pronto Socorro do Recife, lá ele trabalhou por três anos. Depois de formado Saul prestou e foi aprovado no concurso para trabalhar no Ministério da Saúde, atuando no Serviço Nacional de Peste, no interior de Pesqueira e Caruaru, com sua eficiente atuação no serviço, foi promovido para chefiar o setor na cidade de Maceió, onde travou algumas batalhas para que as informações endêmicas fossem passadas de forma efetiva e fidedigna a população.
Em 1950 Saul foi ao Rio de Janeiro onde iniciou o curso de Saúde Pública, este curso foi realizado em vários hospitais do Rio de Janeiro, fazendo com que os estudantes tivessem contato com realidades diversas, isso fez com que Saul despertasse um interesse maior pela Saúde Pública, ao ponto de que em 1951 foi a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, fazer um estágio na área, em seguida foi para Montevidéu e Buenos Aires. Em sua volta ao Recife, retornou ao Serviço Nacional de Peste, mas logo em seguida foi convidado a realizar um serviço de campo para erradicação de ratos e pulgas na Ilha de Fernando de Noronha.
Em seu retorno participou de uma campanha de Bouba, pioneira no Brasil, a campanha tratou dos doentes com penicilina casa a casa, parecia um milagre, os pacientes tomavam uma injeção e se curava, pois, como o pessoal do interior não se medicava, a injeção tinha um efeito incrível.
Em 1969 o Dr. Celso Arcoverde, diretor do Departamento Nacional de Endemias Rurais, o indicou para chefiar o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), hoje Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz/PE), era uma época em que o centro passava por um período de baixa produção científica. Foi em sua gestão que o centro de pesquisas foi incorporado à Fiocruz (1970).
Após sua passagem no Aggeu, Saul voltou a trabalhar no Ministério da Saúde, chefiando a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, nessa época ficou responsável por todas as endemias do país, estando assim a frente das campanhas de Chagas, Peste, Malária e das campanhas de Vacinação e de erradicação da Varíola.
