Fiocruz Pernambuco discute envelhecimento trans

Texto com colaboração de Biancka Fernandes

Seminário acontecerá nesta quinta-feira (17/08), às 9h, na sala 1 da área de Ensino, com transmissão pelo Youtube

Abandono, solidão, negligência, esquecimento e exclusão são palavras associadas ao envelhecimento e parte da realidade de pessoas transsexuais e travestis. Assim como o simples ato de existir, o processo de ficar velho é influenciado por uma série de fatores como raça, gênero e sexualidade, que modificam a forma como cada pessoa vive a velhice, tornando essa experiência mais difícil ou até inalcançável.

Visto como algo negativo, envelhecimento é privilégio entre pessoas trans e travestis. Para as que ultrapassam a expectativa de vida, a perspectiva é de um futuro gentil e afetuoso. 

Nesta quinta-feira (17/08), às 9h, será realizado, na sala de aula 1 da Fiocruz Pernambuco, o seminário “O envelhecimento de pessoas trans". O tema é fruto da pesquisa "Travesti também envelhece", desenvolvida pela ONG Gestos e será apresentado pela antropóloga Jô Menezes, uma das autoras do estudo. Também participa do evento a educadora comunitária do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Biancka Fernandes que falará tanto do seu ponto de vista como mulher trans, como da sua vivência como trabalhadora trans na Fundação. Outra convidada é a psicóloga Júlia Bueno, que abordará o tema a partir da perspectiva da saúde mental. 

A conversa será mediada pelo pesquisador e um dos coordenadores do Núcleo de Diversidade e Inclusão (NDI) da Fiocruz Pernambuco, Antônio Pereira.

O envelhecimento da população brasileira é uma realidade. Segundo o último censo, realizado em 2022, a parcela de brasileiros com 60 anos ou mais saltou de 11,3% em 2012 para 14,7% da população em 2021. Muitos são os desafios para a garantia de direitos da pessoa idosa, no entanto, para alguns grupos - como é o caso da comunidade LGBTQIA+ - as dificuldades, incluindo no campo da saúde, são ainda maiores.

Aberto a quem queira participar e com transmissão via YouTube, o seminário é uma promoção do NDI e foi pensado inicialmente para o mês de junho (Mês do Orgulho LGBTQIA+). No entanto, por conta das fortes chuvas que assolaram o Recife, teve quer ser adiado, ganhando assim nova data e formato.